sexta-feira, abril 06, 2012

pentear

guardo o amor para depois, para nascer na alcova
os gestos se perdem no vazio do silêncio
as horas traem e as mentiras se tornam fiéis
a noite voa feito pássaro rasgando o céu do dia eu perdi

Conto nos dedos os segundos de suspiros
Nada se torna maior do que a palavra que foi dita na hora errada
Erro nos meus erros
Não me arrependo
Tiranizo a doçura e violo minhas próprias leis
Puxo com ganância os finos fios de cabelos do meu ânimo


que me escapa pelas minhas mãos em forma de pente.

Confiro os cabelos dou dois passos
Arrumo o enfeite desarrumo minhas palavras
Piso no chão como quem arrasta correntes

Fujo

E me encontro no meu próprio abismo

Nenhum comentário:

Postar um comentário