É tarde. Dorme. Fecha os olhos enquanto sopro o amanhã no teu ouvido.
Tempo de gratidão e pegadas nas folhas mortas estão vindo.
Escorre pelos dedos a nova vida que eu teci com meus olhos amorosos
E pus em tuas mãos que você sentisse a maciez do recomeço
Beija o vento e cala. Une teu coração ao meu, e apaga tua mágoa na água doce da ternura.
segunda-feira, dezembro 23, 2013
segunda-feira, dezembro 16, 2013
Desde que eu me vi doente que eu desejei me curar. Como todo mundo. Mas aí descobri que era além daquilo que eu poderia ajeitar. Que era crônica que o tratamento iria além do que eu poderia consertar com as mãos. E que custava caro. E desde então virou algo estressante ser eu mesma com algo eternamente a ser consertado.
domingo, dezembro 15, 2013
retrato de uma princesa desconhecida
Para que ela tivesse um pescoço tão fino
Para que os seus pulsos tivessem um quebrar de caule
Para que os seus olhos fossem tão frontais e limpos
Para que a sua espinha fosse tão direita
E ela usasse a cabeça tão erguida
Com uma tão simples claridade sobre a testa
Foram necessárias sucessivas gerações de escravos
De corpo dobrado e grossas mãos pacientes
Servindo sucessivas gerações de príncipes
Ainda um pouco toscos e grosseiros
Ávidos cruéis e fraudulentos
Foi um imenso desperdiçar de gente
Para que ela fosse aquela perfeição
Solitária exilada sem destino
Para que os seus pulsos tivessem um quebrar de caule
Para que os seus olhos fossem tão frontais e limpos
Para que a sua espinha fosse tão direita
E ela usasse a cabeça tão erguida
Com uma tão simples claridade sobre a testa
Foram necessárias sucessivas gerações de escravos
De corpo dobrado e grossas mãos pacientes
Servindo sucessivas gerações de príncipes
Ainda um pouco toscos e grosseiros
Ávidos cruéis e fraudulentos
Foi um imenso desperdiçar de gente
Para que ela fosse aquela perfeição
Solitária exilada sem destino
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