sexta-feira, junho 19, 2009

pode ser..

levantando probabilidades.

pode ser só a falta do que se deseja
ou mesmo a falta do desejo em essência
pode ser só a ausência do que se espera
ou mesmo a falta de vigor para esperar
pode ser só os dedos deslizando em letras
ou mesmo a falta do que dizer
pode ser só a falta da falta.
ou mesmo a falta do que sentir falta.

recover?

sexta-feira, junho 12, 2009

Ao fim de um dia.

Dois sorrisos mudos foi a última coisa que se ouviu depois da porta batida, a chave passada na fechadura e a certeza de que não haveria ninguém para bater a porta ou interromper os planos para aquela madrugada.

terça-feira, junho 09, 2009

Síndrome de Sininho

O comum salta aos olhos ás vezes como uma realidade que há tanto tempo havia sido escondida esperando o momento certo de ser revelada. E de repente você se vê diante de si mesmo num espelho que te persegue pelas ruas aonde nem mesmo uma sombra consegue ser vista.
Tudo começa assim. Com era uma vez, pois todas as linhas daqui já se foram.
Sonhava e via o mundo de uma maneira simplória e concisa. Não era difícil enganar os seus próprios olhos confusos que buscavam respostas para os demais sentidos. Um dia dormiu. Precisava deixar-se cegar para saber o que procurava, pois seu olhar tolo de criança não lhe dava resposta que a mente pronunciando a maturidade precisava. Talvez o sono lhe acalmasse o peito e a busca. Sonhou. Foi tão longe que pode ver a essência do canto mais escondido de seu subconsciente. Reluzia então a voz sem forma que lhe dizia: estou aqui!
Acordou com os ecos da voz quase celestial que teimavam em repetir: eu estou aqui. O medo era evidente diante do atordoamento daquilo que lhe chamava tanto o coração, pois o novo que bagunça o óbvio cotidiano é assustador. A mudança é assustadora. Continuou a viver o óbvio e ignorou os sonhos.
Mas os sonhos não podiam ignorá-lo.
Continuou sonhando todas as noites com aquilo que não sabia explicar o que era. Tentou escrever, poetizar, falar com os amigos e não obtinha sucesso em nada. Não conseguia se auto explicar, pois sequer se entendia.
A noite, um dia, lhe convidou novamente ao descanso. Dormiu. E a voz sem forma personificou-se naquilo que temia. O amor próximo que convida que acalenta que lhe dá apoio sem lhe querer tomar a alma. O colo, a proteção e o convite eterno da ternura de um ser que estava sempre ao seu lado e não lhe cobrava a essência ou a juventude e queria somente a sua presença, sua voz, seu jeito e coisas pessoais que cada um tem como uma espécie de assinatura.
Descobriu-se doente terminal de síndrome de sininho.
Voltou a dormir e desistiu de parar de sonhar.

sexta-feira, junho 05, 2009

Compreendo sua fala colocada seus gestos econômicos e suas tantas outras miudezas.A miudeza a por a quantidade correta de pasta na escova, de não sair nem um minuto a mais nem um minuto a menos do que deveria sair de casa, na quantidade certa de creme no cabelo e no corpo.Só não compreendo a tua falta de parcimônia em precisar a precisão.Tinha gritado a tarde inteira consigo mesma como se quisesse se convencer de que o grito podia mesmo sair da boca.ficou rouca.não conseguiu mais se convencer de que podia se ouvir.enlouqueceu.e morreu achando que estava surda.

Como em um diário pingo coisas cotidianas agora.celerismo do coração a ausência de movimentos e algo parecido com não sei o quê.Uma vontadezinha de sumir para um lugar que eu não conheço.Ainda.

Saudades de poder falar...

Te amo te amo muito e não te amo por pouca coisa pois assumo que só ser amado por mim já é algo problemático e custoso.