terça-feira, fevereiro 11, 2014

talvez

Talvez eu não tivesse o direito de ter começado esse texto.
Tenho vivido coisas maravilhosas, ganhado presentes, dividido cama e sendo amada.
Tenho o amor de um cão maravilhoso fiel e companheiro. Amor de parte da minha família.
E amor de um homem que deve ter roubado a essência de dez pessoas diferentes pra fazer alguém tão enorme de ser gente.
Mas acontece que estou cansada.
Sem meios numa casa que não é como a minha. Com valores diferentes. Com coisas que não fazem parte de mim.
Eu sou ingênua e inocente o suficiente pra fazer as coisas como o menina de catorze anos faz sem nem perceber e sabe eu queria ser enxergada assim por dois minutos porque quem me viu sendo criada sabe que sou desligada, que choro por bobagem que cometo erros que sou impulsiva. A gente fica se sentindo o pior ser humano do mundo quando é chamado a atenção a cada dois minutos por isso. Acontece em todo lugar e eu fico paranoica procurando se deixei algo pelo caminho.
Me policiando pra não ser a menina chata e mimada quando na verdade eu só estou podre de carente querendo chorar por alguns meses seguidos em posição fetal até começar a entrar algum dinheiro na minha conta que venha do meu trabalho, pra ser menos impotente e vazia que agora.
Sabe eu fui invadida de todos os jeitos , canos , tubos e eletrodos. Me lembro de chorar depois da laringoscopia porque passei sede e fome. E porque senti dor de estar perdida na maior metrópole da américa latina.
A verdade é que mais que estar perdida doeu mais o exame que só tinha gente de branco e nenhuma era alguém que me amasse.

Talvez eu seja só muito imbecil. Eu digo que quero emagrecer mas na verdade eu quero é sumir.

segunda-feira, fevereiro 10, 2014

duas semanas

O dias foram duros de testes e sobrevivências.
Descobri que amor é verbo presente. Que se alimenta dum futuro próximo. Contando os dias pra um passado que não passa nunca.