sexta-feira, março 21, 2014

Egoísmo, flores e cartas.

Olha eu sou meio maluca mesmo. Mas minha impulsividade é de delicadeza e minha loucura é doce. Porque eu resolvo ficar meia hora numa fila de correio muito doente pra mandar uma carta com um texto do Nassar sobre tempo e eu só ia pegar uma receita indispensável pra minha sobrevivência.
Mas fiz um cartão. Escrevi com o punho. Tossi o caminho inteiro mas mandei.
Essa violenta delicadeza me pega também quando vejo flores. Não tenho pra quem dar, não tenho dinheiro, não tenho motivos. Não é aniversário, ninguém passou no vestibular e nada de novo aconteceu.
Mas eu vou lá e compro. Meu salário milionário de professora contratada por um ano foi acometido por orquídeas, tulipas e um arranjo com rosas e margaridas pra minha mãe algumas vezes.
Mas é que não vejo sentido em esperar. A vida não espera eu também não quero esperar. Quero dar flores pra quem ainda tenha olfato pra sentir o cheiro, cartas que podem transformar o dia da pessoa e enfim. Eu quero me transformar também. Sou egoísta o suficiente pra querer ser lembrada com carinho o tempo todo.