segunda-feira, novembro 28, 2011

O medo

Eu estava bem até o medo sentar a mesa e pedir para passar o sal.Falar de como fazia tempo que não vinha  e que realmente não precisava voltar tão cedo, a cama dele ainda estava feita o travesseiro com seu cheiro e o seu perfume passeava por toda a casa como uma cantiga ninar que acaba envolvendo todas as outras emoções.Ele garfava precisamente as minhas expectativas, minha juventude falava do sabor fresco dos meus sonhos enquanto  bebia o resto de ânimo que me restava em um copo.
Ao fim levantou-se da mesa, lavou as mãos na pia do banheiro, usou minha toalha e fitou meus olhos inchados e disse que eu era muito prestativa em convidá-lo sempre para vir ao meu encontro e que gostaria de ao menos conseguir sentir saudades de mim já que eu vivia agarrada aos seus pés.Reclamou da sua presença sempre solicitada mas que estaria ali sempre que eu pensasse em recuar.Foi embora, deixou um cartão com um telefone e me desejou melhoras.

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