sexta-feira, março 04, 2011

morte.

Eu sou a gota de sangue no mar.Tubarões (o medo.o cansaço.a falta de motivos.a inércia) me devoram calmamente como num banquete fino de degustações.Sinto cada pedaço meu indo embora cada sonho meu indo embora cada coisa que um dia foi minha sendo mastigada e engolida pra nunca mais ser o que era.Meu corpo deformado, luta como passarinho implume, tentando voar ainda que castigado por tanta falta de vontade, pelos dentes que rasgaram minha pele, por tudo enfim.
Levo meu próprio corpo para uma homenagem póstuma.Deito-me ao leito.Passo perfume.E rezo em nome da minha própria alma.Da minha própria morte.

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