quarta-feira, março 23, 2011

as horas

As horas tendo sido traidoras.O relógio tem me traído me esmagado trazendo cansaço de dias começado cedo,muito cedo, quando os pássaros nem ousaram ainda rasgar o céu com asas e escândalos necessários pra anunciar um dia novo.As horas tem sido traidoras porque eu tenho me pego contando no relógio cada segundo, torcendo para os dias passarem rápido, esperando nada em específico mas querendo ter nas mãos a vitória de mais um leão morto pelas minhas ações, pela comida que eu como, pelo ônibus no qual me imprenso enfim.Parece inglório mas ter um dia vivido nas mãos pra quem está sempre contando os segundos parece um prêmio de compensação por que não  deixo simplesmente  os ponteiros escorrerem pelo meu corpo e tudo fluir como deve ser.Eu meço conto analiso.Me pergunto porque olhar pro relógio se eu não estou esperando nada novo, se eu já não consigo esperar nada novo.Hora de acordar hora de dormir e tudo parece metrificado como se não houvessem inovações, e por Deus relógios não são entidades religiosas eu preciso procurar um ponto para qual me curvar merecidamente.As horas não podem me devorar feito leão embora eu ache que estou matando ele todos os dias, ele que me engole o tempo engole todos nós e não sei porque racionalizo isto mas dentro de mim juro que estar matando tempo é algo realmente possível.O tempo nos mata e não o contrário.



Cansada demais para materialismo histórico dialético.

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