sexta-feira, setembro 19, 2014

e tem anos que

E tem dias que eu não confio em mim não por falta de valentia mas por exaustão dela. Ela se esgota por todos esses dias que o vento só traz poeira pros olhos e a chuva massacra o corpo que se arrasta lá e cá hora pro trabalho, hora de volta pra ele mas porque tanta chuva sobre ombros já tão caídos.
Enxurradeada eu sou, o canal lacrimal não seca, cadê a minha noite de sono e vou ficando deformada, a menina que sonhava em ser bailarina morre dentro de mim em posição fetal diante de tanta falta de leveza, em carne viva completamente exposta, minha oração é forte mas cadê o amanhã aquele que me prometem há anos em que não vai doer mais tanto? 
Explodida estuporada, pra onde eu posso ir? quem vai me acolher. desanda eu tropeço me espalho em cansaço pela cama e porque não chega a leveza se o coração tem a bravura de lutar por ela?
Penso em ter dobrado na curva errada ter me perdido no meio do caminho mas onde acho como voltar os corvos comeram minha trilha de migalhas de pães. São dias meses anos nessa luta a vida não é conta gotas fico velha e o que fazem da sua vida os anciões sem sabedoria a jovem sem a virtude do novo que sempre se renova e a criança que sonhou um dia em ser..somente ser.

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