sexta-feira, julho 23, 2010

a mão.

Quando pequenos, geralmente para atravessar a rua, olhamos para cima e esperamos que o adulto nos ceda a mão para , então, prosseguirmos.Só de sentir o tato quente nos endossando de algum modo já nos faz ensaiar o movimento.Algumas crianças confiam tão seguramente nos adultos que sequer olham para os lados.Isso não é com elas.Quem já atravessou é que sabe o momento.Basta ir junto.
Sem notar passamos o resto da vida esperando essa aprovação segura para até o outro lado, mesmo que não esteja carro algum vindo.Os elogios diante de uma boa nota numa prova, ou mesmo algo simples como que roupa usar.Grandes e adultos pensamos estar com autonomia suficiente para desafiar o mundo até alguém falar mal da sua blusa preferida e estragar seu dia, e ter consciência que nem tudo é somente aprovação.Faz parte conviver com algum tipo de rejeição, olhar pra dentro e se ver as vezes num mar de inseguranças e incertezas.
É nesse momento é que a mão mais me faz falta.Quando olho pra dentro e não sinto por perto um tato superior pra me indicar que tenho um pilar de algum modo.É ser criança e ficar esperando olhando pro alto e a mão simplesmente não ser concedida.E ficar esperando o dia todo que apareça a tal certeza pra fazer com que me mova um passo para chegar ao outro lado.Sei, faz parte de amadurecer ir sozinho, mas a verdade é que ainda me sinto sem casaco num dia de muito frio.Ando por andar e não por conforto.

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